Lameiro
Type
Audio/Visual
Authors
Antero ( Luís Antero )
Category
Album
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Publication Year
2020
URL
[ private ]
Tags
Abstract
Entre os dias 20 e 23 de abril, das 13:00 às 14:00, gravei a paisagem sonora do Lameiro, uma zona agrícola (e outrora social, também) da aldeia de Travanca de Lagos, Oliveira do Hospital.
Desde 2014, no âmbito do festival Origens, promovido pela Liga de Travanca, que vou desenvolvendo um trabalho de arquivo e documentação sonora em torno da aldeia e do seu património material e imaterial.
Este lugar sonoro que dá pelo nome de Lameiro já em 2019 tinha sido escolhido para base da instalação sonora que apresentei no festival. Voltei agora lá e desta feita em época de confinamento social devido à Covid-19. Deste modo, este trabalho acaba por espelhar também alguns dos "sons do confinamento" que tivemos a oportunidade de escutar entre março e o inicio de maio. Uma paisagem sonora onde os sons da natureza (Geofonia) se sobrepõem aos sons produzidos pelo homem (Antropofonia) e onde, mais do que nunca, podemos distinguir essa diferença e dinâmica acústica.
Seria esta a paisagem sonora que o Lameiro teria entre as décadas de 40 e 70 do século passado, por exemplo? Alguns sons se ouviriam nessa altura, com certeza, outros não (o lavadouro há muito que não é usado como espaço social e o poço e a nora também há muito que não servem o seu propósito).
Esta é a paisagem sonora do presente, aquela que está viva e habita este espaço. Não é só o vento e a água que se escutam, assim como as rãs e as aves, mas também o homem na sua labuta agrícola diária, onde o tractor presta o dispensável auxilio ao trabalho. Mas é também o velho pastor que passa de burro e nos cumprimenta e que nos faz acreditar que o nosso trabalho é relevante.
O Lameiro é o espaço onde a memória colectiva de Travanca de Lagos se funde neste tempo presente; é o lugar sonoro onde o confinamento nos fez escutar com mais atenção a voz da natureza; o lugar onde podemos voltar uma e outra vez e continuarmos a ser surpreendidos na sua e pela sua dimensão acústica.
Desde 2014, no âmbito do festival Origens, promovido pela Liga de Travanca, que vou desenvolvendo um trabalho de arquivo e documentação sonora em torno da aldeia e do seu património material e imaterial.
Este lugar sonoro que dá pelo nome de Lameiro já em 2019 tinha sido escolhido para base da instalação sonora que apresentei no festival. Voltei agora lá e desta feita em época de confinamento social devido à Covid-19. Deste modo, este trabalho acaba por espelhar também alguns dos "sons do confinamento" que tivemos a oportunidade de escutar entre março e o inicio de maio. Uma paisagem sonora onde os sons da natureza (Geofonia) se sobrepõem aos sons produzidos pelo homem (Antropofonia) e onde, mais do que nunca, podemos distinguir essa diferença e dinâmica acústica.
Seria esta a paisagem sonora que o Lameiro teria entre as décadas de 40 e 70 do século passado, por exemplo? Alguns sons se ouviriam nessa altura, com certeza, outros não (o lavadouro há muito que não é usado como espaço social e o poço e a nora também há muito que não servem o seu propósito).
Esta é a paisagem sonora do presente, aquela que está viva e habita este espaço. Não é só o vento e a água que se escutam, assim como as rãs e as aves, mas também o homem na sua labuta agrícola diária, onde o tractor presta o dispensável auxilio ao trabalho. Mas é também o velho pastor que passa de burro e nos cumprimenta e que nos faz acreditar que o nosso trabalho é relevante.
O Lameiro é o espaço onde a memória colectiva de Travanca de Lagos se funde neste tempo presente; é o lugar sonoro onde o confinamento nos fez escutar com mais atenção a voz da natureza; o lugar onde podemos voltar uma e outra vez e continuarmos a ser surpreendidos na sua e pela sua dimensão acústica.
Description
https://luisantero.bandcamp.com/album/lameiro
Number of Copies
1
Library | Accession No | Call No | Copy No | Edition | Location | Availability |
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Main | 259 | 1 | Yes |